Pescadores de Três Marias: Luta por Visibilidade e Justiça Após o Desastre de Brumadinho

Cinco anos após o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, pescadores artesanais e ribeirinhos da região de Três Marias seguem invisibilizados e sem o devido auxílio. A pesquisa de mestrado de Vanessa Gaudereto, realizada em oito municípios afetados, revelou a vulnerabilidade desses pescadores nas esferas ecológica, econômica, social e ética, destacando a falta de suporte adequado por parte da Vale e a necessidade de maior envolvimento das autoridades na mitigação dos danos.

Embora vários estudos tenham abordado o desastre, poucos focaram especificamente nos impactos sobre os pescadores e piscicultores da represa de Três Marias. A pesquisa de Gaudereto sugere a necessidade de mais atenção ao setor pesqueiro local e a importância de incluir esses dados em processos de reparação. Os pescadores não só foram negligenciados em termos de auxílio financeiro e apoio à saúde e cultura, mas também enfrentam o risco de novas tragédias, especialmente com a proposta da Cemig e do Governo de Minas de instalar placas solares na represa, o que pode prejudicar ainda mais a atividade pesqueira e o ecossistema local.

O estudo reforça a luta contínua dessas comunidades para evitar a extinção de suas atividades e preservar sua identidade cultural e econômica. As informações coletadas podem ser essenciais para futuras decisões políticas e para assegurar uma reparação mais justa e eficaz.

A mobilização social contra projetos que ameaçam essas comunidades tem sido fundamental, e há um apelo por soluções que minimizem os impactos ambientais e sociais, garantindo a sobrevivência das tradições e do meio de vida dos pescadores atingidos pelo desastre.

Fonte: https://www.brasildefatomg.com.br/2024/08/15/artigo-pescadores-seguem-invisibilizados-e-sem-auxilio-cinco-anos-apos-o-crime-da-vale